Fabaceae

Machaerium firmum (Vell.) Benth.

Como citar:

Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2022. Machaerium firmum (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

17.829,548 Km2

AOO:

80,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Filardi et al., 2022), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Armação dos Búzios, Campos dos Goytacazes, Magé, Maricá, Niterói, Petrópolis, Rio de Janeiro, São José de Ubá e São Pedro da Aldeia.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2022
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Monira Bicalho
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: NT
Justificativa:

A espécie é descrita como uma árvore endêmica da Mata Atlântica brasileira, coleta em fitofisionomias de Floresta Estacional Semidecidual. Apresenta EOO igual a 15547km², AOO igual a 80km² e cerca de 11 à 12 localizações condicionadas à ameaças. Apesar dos valores de extensão de ocorrência e área de ocupação permitirem a atribuição de uma categoria de ameaça, o número de localizações condicionadas à ameaça superam para o tal. Assim, a espécie foi avaliada como Quase Ameaçada (NT). Recomendam-se ações de pesquisa de estudos de viabilidade populacional para averiguar possíveis declínios.

Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

Transcorridos cinco anos após a última avaliação da espécie.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2017 VU

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Comm. Legum. Gen. 37. 1837. Popularmente conhecido como jacarandá-rosa ou jacarandá-roxo. Machaerium firmum possui folíolos adultos com face adaxial cano-tomentosa a pubescente; flores maiores que 12 mm compr. e lacínios do cálice largos e subtruncados; tronco com casca pardo acizentada a cinza-escuro, fissurada ou escamosa. É afim de M. incorruptibile pelos estames diadelfos, mas difere desta principalmente pelos folíolos maiores e canotomentosos a pubescentes na face adaxial, além de flores maiores e frutos curvados com núcleo seminífero verrucoso (Ribeiro & Lima, 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Sua madeira é usada na construção civil, carpintaria e produção de instrumentos musicais por sua expressiva durabilidade (Tropical Plants Database, 2022).

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 15 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Estacional Semidecidual (Filardi et al., 2022).
Referências:
  1. Filardi, F.L.R., Cardoso, D.B.O.S., Lima, H.C., 2022. Machaerium. Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB101140 (acesso em 10 ago. 2022).

Reprodução:

Fenologia: flowering (Nov~Jan), fruiting (Jan~Jun)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat,occurrence past,present,future regional high
De acordo com o MapBiomas, os municípios Armação dos Búzios (RJ), Magé (RJ), Maricá (RJ), Niterói (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Pedro da Aldeia (RJ) possuem, respectivamente, 22,46% (1593,89ha), 16,26% (6354,03ha), 23,35% (8442,29ha), 52,28% (6992,7ha), 6,19% (4898,19ha), 55,67% (66823,85ha) e 11,15% (3706,46ha) de seus territórios convertidos em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 17,40% (1.183,42 ha) da sua AOO convertidos em áreas de infraestrutura urbana, atividade que cresce a uma taxa de 0,16% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2001 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 0,23% aa. Em 2020, a espécie apresentava 7,06% (109.817,59 ha) da sua EOO convertidos em áreas de infraestrutura urbana, atividade que cresce a uma taxa de 0,16% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2001 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 0,23% aa (MapBiomas, 2022b). No tocante às unidades de conservação de ocorrência desta espécie, o Parque Estadual da Pedra Branca encontra-se influenciado por diversas atividades decorrentes da sua proximidade com os grandes centros urbanos, industriais e rurais, que vêm comprometendo a preservação do maciço (Freire et al., 2009, Fernandez, 2009). Sobre o maciço da Tijuca, no Parque Nacional da Tijuca, o grande vetor de pressão é a expansão da área urbana formal e informal que cresce na cidade (Fernandes et al., 1999).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: Armação dos Búzios (RJ), Magé (RJ), Maricá (RJ), Niterói (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Pedro da Aldeia (RJ). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 15 de agosto de 2022).
  2. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 15 de agosto de 2022).
  3. Fernandez, A.C.F., 2009. A construção social do Parque Estadual da Pedra Branca: de Castelo das Águas ao Parque de Carbono, in: I Encontro Científico Parque Estadual da Pedra Branca. Ciência para Gestão ou Gestão para a Ciência? INEA - Instituto Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro, pp. 12-16.
  4. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C., 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências 22, 45–59.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat,occurrence past,present,future regional high
De acordo com o MapBiomas, o município Campos dos Goytacazes (RJ) possui 5,05% (20377,39ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas (exceto soja e cana-de-açúcar), segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 6,36% (432,65 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mosaico de agricultura e pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -0,18% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2010 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 2,79% aa (MapBiomas, 2022b).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Município: Campos dos Goytacazes (RJ). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 15 de agosto de 2022).
  2. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 15 de agosto de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat,occurrence past,present,future regional very high
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Armação dos Búzios (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ), Magé (RJ), Maricá (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São José de Ubá (RJ) e São Pedro da Aldeia (RJ) possuem, respectivamente, 28,38% (2014,6ha), 59,85% (241359,36ha), 13,97% (5458,3ha), 15,48% (5595,99ha), 16,43% (12999,8ha), 8,39% (10075,94ha), 76,43% (19083,25ha) e 53,83% (17898,58ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2020 (Lapig, 2022). De acordo com o MapBiomas, os municípios Armação dos Búzios (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ), Magé (RJ), Maricá (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São José de Ubá (RJ) e São Pedro da Aldeia (RJ) possuem, respectivamente, 25,65% (1820,24ha), 56,08% (226161,42ha), 11,99% (4686,93ha), 13,67% (4941,22ha), 15,08% (11933,75ha), 5,11% (6139,13ha), 76,71% (19153,89ha) e 50,9% (16924,11ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 7,05% (479,14 ha) da sua AOO convertidos em áreas de pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -0,11% aa desde 1985 até 2020. Não foi verificada qualquer reversão de tendência. Em 2020, a espécie apresentava 39,04% (607.010,99 ha) da sua EOO convertidos em áreas de pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -0,11% aa desde 1985 até 2020. Não foi verificada qualquer reversão de tendência. Em 2020, a espécie apresentava 6,36% (432,65 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mosaico de agricultura e pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -0,18% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2010 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 2,79% aa. Em 2020, a espécie apresentava 13,73% (213.462,40 ha) da sua EOO convertidos em áreas de mosaico, atividade que diminui a uma taxa de -0,18% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2010 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 2,79% aa (MapBiomas, 2022b).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2022. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2020. Municípios: Armação dos Búzios (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ), Magé (RJ), Maricá (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São José de Ubá (RJ) e São Pedro da Aldeia (RJ). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 15 de agosto de 2022).
  2. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: Armação dos Búzios (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ), Magé (RJ), Maricá (RJ), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São José de Ubá (RJ) e São Pedro da Aldeia (RJ). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 15 de agosto de 2022).
  3. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 15 de agosto de 2022).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Rio de Janeiro - 32 (RJ).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca, Área de Proteção Ambiental da Prainha, Área de Proteção Ambiental de Grumari, Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Área de Proteção Ambiental do Pau Brasil, Área de Proteção Ambiental dos Morros da Babilônia e de São João, Área de Proteção Ambiental Waldeir Gonçalves - Serra do Itaóca, Parque Estadual da Costa do Sol, Parque Estadual da Serra da Tiririca, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional da Tijuca, Parque Natural Municipal da Prainha, Parque Natural Municipal de Grumari, Parque Natural Municipal de Niterói, Parque Natural Municipal Paisagem Carioca e Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
8. Fibre natural stalk
A madeira é utilizada para construção civil, vigas, postes, tornearia, carpintaria, pianos etc (Tropical Plants Database, 2022).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern. 2020. Useful Tropical Plants Database. tropical.theferns.info. URL http://tropical.theferns.info/ (acesso em 18 de agosto de 2022).